Transcrição da intervenção do autor 04/07/2021

MT 24:1 A estrutura do Ser
Autor 3	Data da reunião: 04/ 07/ 2021
https://portalser.org/a/04-07-2021-a-estrutura-do-ser-video-08/
Temas abordados: a estrutura do Ser; vício; domínio da matéria; liberdade; cocriação; persona, personalidade; estrutura da individualidade; repercussões morais; criação divina; padrão de excelência segundo o Cristo; multiuniverso; educação; tempo; objetivo do estudo; higienização; enxertia; discussão estéril.

 

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COMENTÁRIOS DOS PARTICIPANTES: Comentários diversos sobre a questão da superação da materialidade abordada nos textos e comentários sobre que somos; que devemos viver pelo Espírito, com foco no Espírito. Comentou-se que deve-se assumir a condição de viciado, de alcoólatra, de materialista, etc.

O Autor pede para fazer uma intervenção.

COMENTÁRIO DO AUTOR: Isso não é pessoal do discurso, mas há grande necessidade de corrigir algumas coisas.

Primeiro, o texto não se refere à estrutura da persona, mas do Ser. Não está focado nas características da persona, aquilo que define a encarnação da criatura. Não é esse o foco do texto e, se está parecendo que é esse, gostaria de corrigir ou reescrever o texto, porque não é esse o foco.

Vício não define criatura. Ninguém deve dizer: “eu sou um viciado”. Isso está errado. Isso compromete o Ser. O Ser pode dizer que passa por essa ou aquela dificuldade, mas o texto não aponta para a persona e sim para a individualidade que pertence a Deus.

Independente de onde esteja a criatura ou do padrão evolutivo da criatura ou da onda mental a que esteja submissa essa criatura – porque a criatura está submissa a ondas mentais nos diversos estágios de evolução – independente de qualquer que seja a circunstância, a criatura é de Deus. E é na criatura de Deus que ele está focando.

O Ser, criatura de Deus, foi feito para dominar a matéria e nada além disso. O Ser domina a matéria. O Ser domina o tempo. E qualquer outra caracterização do Ser é circunstancial. Qualquer outra caracterização de posicionamento é perecível, é templo perecível que precisa ser derribado.

Não há no texto nenhuma intenção de apontar persona ou como cada criatura convive com a sua persona porque, seja qual for a dificuldade da persona, ela é frágil diante da oposição do Ser que pertence a Deus.

Fomos criados para sermos libertos e somos livres. O que estamos fazendo nas reencarnações é compreender essa liberdade e vivenciá-la com o sentimento.

Gostaria de deixar muito claro que minha intenção não é estabelecer discussões sobre a materialidade do Ser. Não é esse o caminho de nossas reflexões. E este caminho não nos vai levar onde precisamos ir. É necessário refletirmos na eternidade de nossas responsabilidades como cocriadores. O vício, tendência viciada ou compulsão, característica que não limita o Ser. Deus não criou seres limitados. Mas ofereceu obstáculos para que eles se entendessem com o progresso obrigatório de cada um.

A médium comenta que o Autor ficou muito preocupado e achou necessária a intervenção.

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PERGUNTA: Ao falar as personas, o autor está falando de personalidades?

RESPOSTA: Persona é uma divisão das sete partes que compõem a individualidade. A persona é uma (das partes). Isso é didático. Do mesmo jeito que o perispírito pode ser considerado como uma estrutura com sete partes constitutivas indivisíveis, a individualidade, ou seja, o Ser templo divino possui, por assim dizer, sete altares de elevação a Deus. Dentre estes 7 altares do templo do Ser, um é a personalidade.

Para compreendermos a personalidade, melhor fazemos se aliados aos conhecimentos espíritas refletirmos com o auxílio dos conhecimentos filosóficos e ou da psicologia. A psicologia tem grandes avanços no estudo da personalidade. As outras partes melhor estudarmos conforme avançarmos em entendimento.

O texto que ora tende sobre a vista caridosa trata da estrutura da individualidade porque é essa que nos interessa. Somente compreendendo a individualidade que somos, conseguiremos transformar os conhecimentos aqui adquiridos em repercussões morais adequadas ou comportamentos afinizados com o Evangelho.

Enquanto os conceitos que estabelecemos não passarem de motivos para discussões inócuas ou digladios de conceitos, ficaremos onde estamos discutindo há 2000 anos sem, no entanto, exteriorizar compreensão alguma do que o Cristo nos ensinou.

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PERGUNTA: Sobre a frase do parágrafo 6: “o Ser se projeta na milenar trajetória, ou melhor, pelo criador é projetado, isento das complexidades de experiência e desconhecedor de sua destinação sublime”. Essa mencionada projeção seria o equivalente à metáfora da saída do Éden ou seria a criação divina dos seres simples e ignorantes?

RESPOSTA: Refere-se à criação.

PERGUNTA: Parágrafo 26: Em que consistem os padrões de excelência estabelecidos pelo Cristo?

RESPOSTA: Ajustar nossa vontade aos padrões de excelência estabelecidos no Evangelho. É direcionar nossos esforços para nos comportarmos conforme aconselhou o Cristo em toda a sua exemplificação. Se desejamos saber mais sobre esses padrões de excelência, recomendamos a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 17, item “Sede perfeitos”, subitem “O homem de bem”.

PERGUNTA: Parágrafo 17: Gostaríamos que fosse aprofundada a questão da evolução multiuniversal. Trata-se da evolução em dois mundos, o material e o espiritual, relatada por André Luiz ou a estruturação intuída pelo autor Pietro Ubaldi, na qual existiriam duas espécies de grandes universos, um no qual vivemos material e espiritual, e outro que seria a residência de Deus, onde não existe espaço-tempo? Seria equivalente ao Éden hebraico ou céus católicos? Qual e como seria esta evolução multiuniversal?

RESPOSTA: O conceito de multiuniverso já é um conceito da ciência dos tempos atuais.

PERGUNTA: A vontade é a força motriz que impulsiona o Espírito no seu caminho de evolução. A educação é apenas o conhecimento intelectual das Leis de Deus? Como devemos entendê-la em seu sentido mais amplo?

RESPOSTA: A educação, como está expresso em O Livro dos Espíritos, é a arte de formar caracteres. A origem da palavra, em sua acepção correta, tem raízes no termo “retirar de dentro”. Portanto, a educação é a educação de nossos automatismos, nossas tendências, nossas ressonâncias.

PERGUNTA: É dito no parágrafo 8 que é a Providência Divina que “desde o primeiro segundo assegura o enriquecimento e o desenvolvimento da mônada frágil e indecisa.” A mônada que emana das mãos do criador nasce, em sua origem, com essas características de fragilidade e indecisão? Ou se trata de efeitos ou aspectos secundários devidos à própria criatura?

RESPOSTA: Fragilidade e indecisão, por assim dizer, são efeitos dos primeiros entrosamentos entre as duplas de mônadas criadas. São já cocriações ou campos mentais pré-estabelecidos.

PERGUNTA: É possível ter dupla encarnação em uma?

RESPOSTA: O tempo é uma ferramenta disponível para o domínio do Espírito. E cada Espírito o dominará conforme direcionar seus esforços e sua vontade. Em questões de tempo, nada é impossível ao Espírito.

COMENTÁRIOS GERAIS DO AUTOR

Caros irmãos, não é de nosso interesse oferecer mais labirintos de conceitos que os que já temos. Desejamos, ao contrário, estabelecer pontos de entendimento para que possamos avançar na responsabilidade que nos cabe de refletir em nossas ações esses mesmos conceitos que desejamos compreender.

Todos os conceitos expostos em nosso texto intentam traçar bases para isso, não para discussões infrutíferas sobre diferenças de conceituação em conversações de pouca produtividade para nosso avanço moral.

Embora desejamos por nosso esforço avançar em entendimentos, tal só se justifica se estabelecer entre nós e o Evangelho ressonância de finalidades.

PERGUNTA: Sobre o parágrafo 25. Como devemos entender esse sentido de higienização?

RESPOSTA: Reflitamos na proposta de Jesus, nas bem-aventuranças: “bem-aventurados os limpos de coração, pois verão a Deus”, Mateus 5:8.

PERGUNTA: Parágrafo 15. Seria possível maiores esclarecimentos a respeito das enxertias mencionadas?

RESPOSTA: A enxertia que mencionamos no texto é a enxertia espiritual.

PERGUNTA: Peço para o autor, se possível, esmiuçar o que seria discussão estéril ou digladio de conceitos para sabermos.

RESPOSTA: Tudo aquilo que nos serve para a distração da inteligência sem efetivas ações de compromisso moral com o próximo. Tudo o que não se reflete em tolerância, caridade, fraternidade, benemerência, paciência etc.

PERGUNTA: Parágrafo 25. O Autor poderia comentar mais sobre a educação de nossas aspirações?

RESPOSTA: O autor recomenda a seguinte questão do Consolador, para começar as reflexões. 

“Questão 253: A virtude é concessão de Deus ou é aquisição da criatura?

A dor, a luta e a experiência constituem uma oportunidade sagrada concedida por Deus às suas criaturas, em todos os tempos; todavia, a virtude é sempre uma sublime e imorredoura aquisição do Espírito nas estradas da vida, incorporada eternamente aos seus valores, conquistados pelo trabalho no esforço próprio.”

E como de costume, a questão 919a de O Livro dos Espíritos e a 909 (sobre os esforços insignificantes, que falta vontade na maioria das vezes).