Mt 24:3 | Bezerra de Menezes | Em nossas aflições

Em nossas aflições

“Estando ele assentado no Monte das Oliveiras, aproximaram-se dele seus discípulos, em particular, dizendo (…)”

(Mateus 24:3)

¹ Nesta passagem do Discurso Profético, logo após a sentença do Senhor quanto ao Templo de Jerusalém, percebemos que Jesus se deslocou com os discípulos para o monte de suas mais graves meditações. 

² O Monte das Oliveiras fica a um sábado¹ de caminhada, no dito popular de Jerusalém, separado da Cidade Santa pelo Vale do Cédron, que se avizinhava de seu muro oriental. Esse  monte, a cujos pés vemos o Getsêmani, permitia, e ainda hoje permite, uma vista privilegiada da Cidade Sagrada e seus arredores. Descrições do Evangelho detalham a caminhada de Jesus passando por ele e pelo Cédron para chegar ao Templo. 

³ Algumas profecias judaicas e populares contam interessantes histórias tanto do vale, por onde correu o rei Davi, como do monte, onde alguns agrupamentos cristãos imaginam ser o ponto exato onde descerá dos céus o Messias, conforme de lá subiu aos esplendores do Reino Celeste. 

⁴ Novamente, como vemos no Sermão do Monte, o Senhor ofereceu ensejo para que os discípulos se aproximassem, estando ele assentado. Numa visão íntima, percebemos que, para nos aproximarmos de Jesus, “em particular”, conforme narrado na passagem, necessário será que subamos ao monte, numa escalada vibratória sempre possível aos que se esforçam no bem. 

⁵ Analisando também o local por suas particularidades geográficas, conforme resumimos no início deste comentário, retiramos, igualmente, preciosas lições. O Senhor somente comentou sobre suas previsões e suas sentenças, quanto à transição que anunciava, quando foi possível uma melhor observação do todo ao qual se referia. 

⁶ Daquele monte, era possível observar Betânia e outros locais onde sua misericórdia havia permitido que a luz da verdade acalentasse os que permaneciam cegos e surdos ao Amor do Todo Poderoso. Sabemos, assim, que devemos calar as ansiedades e as precipitações, acalmando nosso íntimo quanto ao esclarecimento que gostaríamos Jesus nos ofertasse, quando a provação se nos impõe nos caminhos. 

⁷ Antes de perguntarmos ao Senhor “por quê?”, demonstraríamos nossa perseverança e nossa fé raciocinada e sentida se aguardássemos o momento oportuno. 

⁸ E quanto ganharíamos se, enquanto educadores em plano menor, seja como pais, professores, evangelizadores, direcionadores, aguardássemos o momento propício para o esclarecimento necessário, levando-se em conta a individualidade que nos requisita respostas? 

⁹ Precipitação, em qualquer dos planos de ação, é caminho para desilusões e dores. Aguardemos, por nossa vez, na condição de discípulos, o Mestre assentar-se, sinalizando-nos que podemos procurá-lo em particular, de maneira que as respostas da vida aos nossos questionamentos sejam tão certeiras e seguras quanto os esclarecimentos ministrados aos discípulos mais diretos naquele dia memorável. 

¹⁰ Roguemos ao Pai Amoroso que jamais nos falte o recurso da disciplina íntima e da calma, para que nos encontremos com o Senhor em nossas aflições. 

Bezerra de Menezes

Médium: Janaína Farias
Equipe mediúnica: portalser.org

¹ “A distância que era permitida percorrer no dia de sábado, ou seja, aproximadamente 1 km. Trata-se de terminologia típica da linguagem rabínica, utilizada com frequência pelos doutores da Lei em seus debates.”. DIAS, H.D. O Novo Testamento.

BIBLIOGRAFIA

DIAS, Haroldo Dutra (Trad). O Novo Testamento. Evangelho de João. 1 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013.