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Mt 24:1 | Honório Abreu | A estrutura da adoração

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A estrutura da adoração

“Tendo Jesus saído do templo, estando partindo, aproximaram-se dele seus discípulos para lhe mostrar a estrutura do templo.”

(Mateus 24:1)

 

1 Ao visualizarmos o sermão escatológico anotado em Mateus, comparando-o ao capítulo 21 de Lucas, onde também está transcrito, verificamos que o discurso se deu após a lição da pobre senhora que depositou uma moeda no gazofilácio.

2 Na ocasião, os discípulos haviam sido admoestados sobre o valor intrínseco das coisas. Jesus usou o exemplo da oferta reduzida da viúva para enfatizar que o valor real não está no quantitativo, mas no qualitativo daquilo que oferecemos para Deus.

3 O versículo de Mateus nos informa que, após estes fatos, Jesus havia saído do templo, e aproximaram-se dele os discípulos. Como na própria lição da oferta a que nos reportamos, compreendemos que os atos de adoração, louvor e apresentação ao Senhor são necessários. Mas, depois, é preciso sair para a aplicação dos recursos de elevação com os irmãos em humanidade que hão de nos procurar.

4 Após sair, Jesus se dirige ao Monte das Oliveiras, que se encontra a leste do Templo de Jerusalém. Os dois locais em análise são de grande importância para nossas reflexões. O primeiro, o templo erigido pelos homens no intuito de “serem vistos” por Deus, local de adoração conforme a ritualística da raça1. O segundo, o bendito altar da natureza, separado do primeiro pelo Vale do Cédron, que, conforme a narrativa bíblica, é lugar de enchentes e enxurradas, e onde hoje há um cemitério.

5 De posse dessas poucas informações, já podemos entrar em especulações morais que são importantes para a compreensão de nosso trabalho com o Cristo.

6 Se considerarmos, para fins didáticos, que a construção humana é a revelação materializada para atender as necessidades dos Espíritos em experimentação na matéria2, poderemos admitir que essa busca de interpretação da concessão divina está mais concentrada no esforço intelectivo que no esforço de automoralização.

7 Definimos símbolos, rituais, sacerdócio constituído, diretrizes de comportamento e locais particulares quando a revelação, na verdade, deve se estabelecer no íntimo da criatura, por meio da correta observação de si mesmo e do esforço para refletir, na conduta, a compreensão da Lei revelada.

8 Ainda assim, este esforço intelectual é legítimo e concede ganhos ao Espírito. Podemos encontrar os sinais do Cristo enquanto estamos nessas experiências, posto que Jesus, conforme a narrativa, lá estava com os discípulos.

9 Mas é preciso que haja a desconstrução do que é material. Embora o templo esteja em um monte, como também está o altar da natureza, há um vale entre eles com ocorrências de enchentes e enxurradas. A exemplo de Jesus, devemos seguir para o Getsêmani3, vencendo o vale.

10 No próximo altar, não veremos mais a construção de acácia e ouro, mas o templo vivo de Deus, que é o Cristo. Ou seja, nossas experimentações precisam nos preparar para a verdadeira adoração, em Espírito e Verdade, conforme posto no Evangelho de João4.

11 Subimos ao intelecto nas interpretações, nos estudos e na adaptação da revelação aos nossos valores. Em seguida, a descida ao vale, que oferece o perigo das enchentes, onde jazem os “corpos sepultos” e para onde caem os resíduos dos montes ao redor. A própria reencarnação é uma analogia desse conceito, mediante a construção e a desintegração de nossos templos materiais. Recordamos o Salmo 23, onde lemos: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum porque estás comigo”.

12 E, por fim, a nova subida, em harmonia com a simplicidade, mas imersos na sabedoria, sem rituais, sem sacerdócio externo ou personalismos5.

13 Recordamos que, originalmente, o homem adorava a divindade por meio de suas manifestações na natureza. 

14 Conforme as conceituações da filosofia contratualista6, o estado de natureza7 seria, em algumas visões, o homem ainda não ingresso no estado de sociedade, onde construirá os templos e as instituições para a materialização de seus impulsos religiosos8.

15 Nessa analogia, há uma aparente retomada do estado inicial, mas, agora, com a sofisticação do intelecto pelas experiências anteriores.

16 Essa nova ascensão à natureza não é mais um impulso instintivo, e sim um automatismo moralizado.

17 O templo derribado não carrega a imagem de destruição ou desordem, mas de desmaterialização, sutilização e evolução. 

18 O estado de natureza não trata mais de um homem indene9 dos aguilhões sociais, mas daquele que os venceu, conforme as condições que Jesus apresenta na máxima: “no mundo passareis por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”10. Em João 14:2, Jesus refere-se à multiplicidade das moradias do Pai, afirmando que nos preparará um lugar, o lugar de verdadeira adoração e comunhão com o poder gerador da vida.

19 Conscientes de que seremos vistos por Deus de dentro para fora, abdicaremos das expressões meramente figurativas da fé.

20 Crucifica-se o Cristo também em um monte, para que ele possa ressuscitar em luzes. Isto posto, verifiquemos novamente a narrativa escatológica para os oportunos questionamentos sobre nossa atual posição enquanto trabalhadores da nova ordem.

21 Os discípulos, admirados com as estruturas, mostram-nas a Jesus, esquecendo-se do ensinamento ministrado pouco tempo antes. Estaremos agindo assim também?

22 Quais estruturas têm nos chamado a atenção no serviço cristão: a estrutura de algum agrupamento, o recurso intelectual disponível, as possibilidades materiais?

23 Estaremos mais atentos às ferramentas que às finalidades? Não estaremos, como os discípulos, buscando a atenção de Jesus para esses vieses das circunstâncias?

24 As respostas a essas perguntas vão nos apontar os caminhos ou os ajustes que devemos considerar.

25 É preciso que empreendamos todo o esforço possível na conscientização de nossas responsabilidades, nossos talentos e nossas limitações para que direcionemos nossas forças em adequado campo de ascensão.

26 No alto do monte, Jesus nos aguarda.

Honório Abreu

Médium: Janaína Farias
Equipe mediúnica: portalser.org


1 O termo raça refere-se ao agrupamento originário de Capela e não a etnias da Terra. (N.A.)

2 A expressão faz referência a Espíritos ingressos na terceira ordem da Escala Espírita, conforme O Livro dos Espíritos a partir da questão 100. (N.A.)

3 Getsêmani é o nome dado a um jardim ao leste de Jerusalém, além do Vale Cedrom e perto do Monte das Oliveiras, onde Jesus e seus discípulos oraram na noite anterior à crucificação.

4 Jo 4:23.

5 O Livro dos Espíritos, questões 799, 780a e 780b.

“Em sentido muito amplo, o Contratualismo compreende todas aquelas teorias políticas que veem a origem da sociedade e o fundamento do poder político num contrato, isto é, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos, acordo que assinalaria o fim do estado natural e o início do estado social e político. Num sentido mais restrito, por tal termo se entende uma escola que floresceu na Europa entre os começos do século XVII e os fins do XVIII e teve seus máximos expoentes em J. Althusius (1557-1638), T. Hobbes (1588-1679), B. Spinoza (1632-1677), S. Pufendorf (1632-1694), J. Locke (1632-1704), J.-J. Rousseau (1712-1778), I. Kant (1724-1804)”. (MATTEUCCI, 1998).

O conceito de estado de natureza está intimamente relacionado ao conceito de contrato social. De forma geral, pode ser considerado como o estado que antecede a conformação da sociedade. A respeito da apropriação do conceito de estado de natureza pelo Espiritismo, ver O Livro dos Espíritos, questões 776-778. (N.R) 

Assim como os indivíduos, em determinada fase da trajetória histórica humana, firmaram pactos entre si em favor da segurança mútua e visando à previsibilidade de comportamento, as coletividades também buscaram firmar contratos com as divindades por meio da adoração conjunta organizada, em templos erigidos como símbolos dessa tentativa de consonância com o divino. Igualmente, os objetivos desse outro tipo de contrato eram a segurança e a previsibilidade, mas, quanto às práticas religiosas, na relação com as forças naturais. (N.A)

Que não foi lesado; que não teve prejuízos. Cuja integridade física foi mantida; que não se encontra atingido; salvo ou ileso. 

10 Jo 16:33.

 

BIBLIOGRAFIA

DIAS, Haroldo Dutra (Trad). O Novo Testamento. Evangelho de João. 1 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013.

MATTEUCCI, Nicola. Contratualismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 11. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998, v. 1, p. 272.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Luís Olímpio Guillon Ribeiro. 93 ed. 1 imp. Edição Histórica. Brasília: FEB, 2013, questões 100; 776-778;  799, 780a e 780b.


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