“Caríssimo, não imiteis o mal, mas o bem. O que faz o bem é de Deus. Quem faz o mal não viu a Deus”
(III João 1:11)
Pecado e Pecador
A sociedade humana não deveria operar a divisão de si própria, como um campo em que se separam bons e maus, mas sim viver qual grande família em que se integram os espíritos que começam a compreender o Pai e os que ainda não conseguiram pressenti-lo.
Claro que as palavras “maldade” e “perversidade” ainda comparecerão, por vastíssimos anos, no dicionário terrestre, definindo certas atitudes mentais inferiores; todavia, é forçoso convir que a questão do mal vai obtendo novas interpretações na inteligência humana.
O evangelista apresenta conceito justo. João não nos diz que o perverso está exilado de nosso Pai, nem que se conserva ausente da Criação. Apenas afirma que “não tem visto a Deus”.
Isso não significa que devamos cruzar os braços ante as ervas venenosas e zonas pestilenciais do caminho; todavia, obriga-nos a recordar que um lavrador não retira espinheiros e detritos do solo, a fim de convertê-lo em precipícios.
Muita gente acredita que o “homem caído” é alguém que deve ser aniquilado. Jesus, no entanto, não adotou essa diretriz. Dirigindo-se, amorosamente, ao pecador, sabia-se, antes de tudo, defrontado por enfermo infeliz, a quem não se poderia subtrair as características de eternidade.
Lute-se contra o crime, mas ampare-se a criatura que se lhe enredou nas malhas tenebrosas.
O Mestre indicou o combate constante contra o mal; contudo, aguarda a fraternidade legítima entre os homens por marco sublime do Reino celeste.
(Pão nosso. Ed. FEB. Cap. 122)
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Comentário de Haroldo Dutra Dias:
Nesta epístola de João, dirigida ao dedicado discípulo Gaio, o Apóstolo aborda o delicado tema referente à conduta de Diótrefes que ambicionava o “primeiro lugar”; na comunidade cristã, oferecendo resistência aos conselhos de João Evangelista.
Na questão 244 de O Livro dos Espíritos, foi ensinado a Allan Kardec que somente os Espíritos superiores vêem e compreendem a Deus, os inferiores o sentem e adivinham.
Nesse sentido, destaca-se a observação de João Evangelista quando afirma “quem faz o mal não viu a Deus”. E ganha relevo o conselho do benfeitor Emmanuel “A sociedade humana não deveria operar a divisão de si própria (…)
mas sim viver qual grande família em que se integram os espíritos que começam
a compreender o Pai e os que ainda não conseguiram pressenti-lo”.
Nesse quadro, na ótica do Cristo, o pecador é enfermo infeliz, a quem não se pode subtrair as características de eternidade. Por esta razão, luta-se contra o crime, mas amparando a criatura que se prendeu em suas malhas tenebrosas.
O cristão verdadeiro está em permanente combate contra o mal, todavia espera, anseia e promove a fraternidade legítima entre os homens, por reconhecer que ela representa marco sublime do Reino de Deus.
Ficha técnica
Produção: SER
Direção: Julio Coradi
Projeto: 7 Minutos com Emmanuel – cap 079
Gravação e Comentário: Haroldo D. Dias
Música: Alma das andorinhas
Autoria: João Cabete
Interprete: João Paulo Lanini
Edição: Rodrigo Binhara
Design: Rodolfo Mello
Foto: Juju Panty
Respostas
Adoravelmente interpretado e docemente clareado. Muito obrigado.
Perfeito!
Gratidão ! 🙏
👏👏👏👏
“Ama-me quando eu menos merecer, pois é quando mais vou estar precisando.”
Adorei .Gratidão.