“Acautelai-vos, para não perderdes o fruto de nossos trabalhos, mas, ao contrário, receber pela recompensa”
(II João 1:8)
Aflição
Cada criatura retorna à Terra com a aflição que lhe diz respeito às lides regeneradoras.
Aflição que nos expressa o passado renascente ou nos define o débito atuante na Contabilidade divina.
Aqui, é a enfermidade, que o tempo trará inevitável, quando precisa, ao campo de nossos impulsos inferiores.
Ali, é a condição social, repleta de espinhos, em que se nos reajustarão as diretrizes e os pensamentos.
Acolá, é o templo doméstico, transformado em cadinho de angustiosos padecimentos, caldeando-nos emoções e ideias, para que a simplicidade nos retome a existência.
Além, é a tarefa representativa em que o estandarte do bem comum exige de nós os mais largos testemunhos de compreensão e renúncia, reclamando-nos integral ajustamento à felicidade dos outros, antes de cogitar de nossa
própria felicidade.
Em toda parte, encontra a criatura a aflição quando vista por ensinamento bendito, propondo-lhe as mais belas conquistas espirituais para a Esfera superior.
Entretanto, se o caminho terreno é a nossa prova salvadora, somos em nós o grande problema da vida, uma vez que estamos sempre interessados na deserção do trabalho difícil que nos conferirá o tesouro da experiência.
Trânsfugas do dever, nas menores modalidades, achamo-nos sempre à caça de consolação e reconforto, disputando escusas e moratórias, com o que apenas adiamos indefinidamente a execução dos serviços indispensáveis à restauração de nós mesmos.
Saibamos valorizar a nossa oportunidade de crescimento para o Mundo maior, abraçando na aflição construtiva da jornada o medicamento capaz de operar-nos a própria cura ou o recurso suscetível de arrojar-nos os mais altos níveis de evolução.
Não bastará sofrer.
É preciso aproveitar o concurso da dor, convertendo-a em roteiro de luz.
Colocados, desse modo, entre as provações que nos assinalam a senda de cada dia, usemos constantemente a chave do sacrifício próprio, em favor da paz e da alegria dos que nos cercam, porque somente diminuindo as provações alheias é que conseguiremos converter as nossas em talentos de amor para as bem-aventuranças imperecíveis.
(Ceifa de luz. Ed. FEB. Cap. 31)
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Comentário de Haroldo Dutra Dias:
Retomando o tema da perseverança e do zelo próprio, presente na carta do apóstolo João, Emmanuel examina as aflições presentes em nosso caminho sob novo prisma.
Vendo nela o ensinamento bendito com vistas à aquisição das mais belas conquistas espirituais para a Esfera superior, ressalta que o tesouro da experiência somente é conferido aos que não desertaram do trabalho difícil.
Abraçar a aflição construtiva, permitindo que ela opera em nós a almejada cura ou aperfeiçoamento, exige que se aproveite o concurso da dor, convertendo-a em roteiro de luz.
Ciente da nossa falta de perseverança, nos adverte o benfeitor dos riscos da fuga ao dever, e da inconveniência de se disputar escusas e moratórias, à caça de consolação e conforto, adiando indefinidamente a execução dos serviços indispensáveis à nossa própria restauração.
Diminuir as provações alheias, à custa do sacrifício próprio, é o caminho para convertermos nossas aflições em talentos de amor.
Ficha técnica
Produção: SER
Direção: Julio Coradi
Projeto: 7 Minutos com Emmanuel – cap 077
Gravação e Comentário: Haroldo D. Dias
Música: Fim dos Tempos
Autoria: João Cabete
Interprete: João Paulo Lanini
Edição: Rodrigo Binhara
Design: Rodolfo Mello
Foto: Rodolfo Mello
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