“Por isso mesmo, aplicai toda a diligência em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento.”
II Pedro 1:5
Merecimento
Não há tanto mérito em que domines essa ou aquela ciência, e sim em que lhe utilizes os recursos, a fim de ajudar os companheiros da Humanidade a se desvencilharem da insipiência e da ignorância.
Não há tanto mérito em tua pureza de coração, mas sim no esforço que desenvolvas em benefício dos irmãos chafurdados no erro, de modo a soerguê-los para a restauração necessária.
Não há tanto mérito em tua fé ardente, e sim no trabalho a que te apliques com ela no apoio àqueles que ainda não lhe entesouraram a luz, para que não lhes falte à mesa o pão da esperança.
Não há tanto mérito na posse que detenhas, mas sim no emprego que lhe dês em socorro aos que te cercam ou no auxílio aos sofredores e menos felizes, dos quais te vês defrontado na experiência comum.
Não há tanto mérito em teu nome, por mais nobre seja ele, e sim no uso do prestígio que desfrutes, amparando a jornada de quantos te compartilhem o esforço do dia a dia.
Virtude sem proveito é brilhante no deserto.
Inteligência sem boas obras é tesouro enterrado.
Fita o sol acalentando a lama da Terra e compreenderás o ensino claro da natureza que nos determina, sabiamente, entender e servir, abençoar e auxiliar.
Em qualquer parte a vida te conhece pelo que és, mas apenas te valoriza pelo que fazes de ti.
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Comentário de Haroldo Dutra Dias:
O benfeitor volta ao mesmo versículo do episódio anterior conferindo-lhe nova interpretação.
Se antes nos convidava ao estudo, com a finalidade de orientar, esclarecer e sublimar o pensamento, agora nos conclama à aquisição do mérito pessoal, que decorre invariavelmente da nossa ação persistente em favor do bem comum.
Ciência, pureza de coração, fé ardente, posses, títulos, virtude e inteligência são patrimônios valiosos que nos tornam conhecidos pela vida, todavia somente a canalização desses bens em favor daqueles que ainda não o possuem nos conferem a valorização almejada.
A árvore se realiza nos frutos que oferta. É pelos frutos oferecidos gratuitamente e indistintamente a todos que adquire valor no ambiente em que foi localizada pela Providência Divina.
Fé, virtude e conhecimento devem ser conjugados com diligência, se quisermos assimilar o ensino claro da natureza que nos determina, sabiamente, entender e servir, abençoar e auxiliar.
Comentário da Revista Reformador, janeiro de 1970, p. 2, e do Livro Bênção de Paz, Cap. 54, intitulado: Merecimento
Produção: SER
Direção: Julio Coradi
Projeto: 7 Minutos com Emmanuel – cap 068
Gravação e Comentário: Haroldo D. Dias
Música: Prece – João Cabete
Interprete: João Paulo Lanini – Violão
Edição: Rodrigo Binhara
Design: Rodolfo Mello
Foto: Thiago Franklim
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