Pois que alcançais o fim da vossa fé, a saber, a salvação das vossas almas.
I Pedro 1:9
Objetivo da fé
“Qual a finalidade do esforço religioso em minha vida?”
Esta é a interrogação que todos os crentes deveriam formular a si mesmos, frequentemente.
O trabalho de autoesclarecimento abriria novos caminhos à visão espiritual.
Raramente se entrega o homem aos exercícios da fé, sem espírito de comercialismo inferior. Comumente, busca-se o templo religioso com a preocupação de ganhar alguma coisa para o dia que passa.
Raciocínios elementares, contudo, conduziriam o pensamento a mais vastas ilações.
Seria a crença tão somente recurso para facilitar certas operações mecânicas ou rudimentares da vida humana? Os irracionais, porventura, não as realizam sem maior esforço? Nutrir-se, repousar, dilatar a espécie, são característicos dos próprios seres embrionários.
O objetivo da fé constitui realização mais profunda. É a “salvação” a que se reporta a Boa Nova, por excelência. E como Deus não nos criou para a perdição, salvar, segundo o Evangelho, significa elevar, purificar e sublimar, intensificando-se a iluminação do espírito para a Vida eterna.
Não há vitória da claridade sem expulsão das sombras, nem elevação sem suor da subida.
A fé representa a bússola, a lâmpada acesa a orientar-nos os passos através dos obstáculos; localizá-la em ângulos inferiores do caminho é um engano de consequências desastrosas, porque, muito longe de ser uma alavanca de impulsão para baixo, é asa libertadora a conduzir para cima.
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Comentário de Haroldo Dutra Dias:
Entender a salvação como elevação, purificação, sublimação e iluminação do espírito para a Vida eterna exige
transformação dos nossos conceitos seculares de Religião e Fé.
A ampliação dos nossos horizontes de percepção descerra novos caminhos à visão espiritual, proporcionando a sublime compreensão de que religiosidade genuína implica comunhão com Deus.
Nesse quadro de valores renovados do espírito eterno, Deus em nós e através de nós deveria constituir nossa meta suprema.
Consequentemente, a fé se converteria em bússola, lâmpada acesa a orientar-nos os passos na caminhada ascensional.
Nutrir-se, repousar e dilatar a espécie constituem operações rudimentares da experiência humana, nem sempre
conduzidas com sabedoria e proveito para o espírito. Neste particular, somos obrigados a reconhecer que muitas vezes os irracionais as desempenham com maior equilíbrio e respeito aos princípios da Lei
Divina que o próprio homem.
A subida aos cimos da vida espiritual exige suor, sacrifício, disciplina e abnegação, e nem sempre a jornada se efetua sem nuvens e tempestades. Daí a importância da bússola e da candeia da fé viva.
Buscar o templo religioso no intuito de obter alguma coisa, na pauta dos interesses imediatistas, pode apresentar seu valor relativo às consciências embrionárias que estagiam nos primeiros degraus da experiência religiosa, mas não atende ao discípulo sincero do Cristo, que já alcançou o terreno das finalidades sublimes.
Produção: SER
Projeto: 7 Minutos com Emmanuel – cap 064
Gravação e Comentário: Haroldo D. Dias
Música: Vem – João Cabete
Interprete: João Paulo Lanini – Violão
Edição: Júlio Corradi
Design: Júlio Corradi
Foto: Renata e Yuri
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