Guardemos o coração
“Dúbio e inconstante como é em tudo o que faz”
Tiago 1:8
Urge reconhecer que no sentimento reside o controle da vida.
Na romagem terrestre, múltiplos são os caminhos que conduzem ao aperfeiçoamento.
Fartura e escassez, formosura e fealdade, alegria e sofrimento, liberdade e tolhimento, podem aliciar excelentes possibilidades de realização humana para a espiritualidade superior.
O homem de coração dobre, porém, é infiel às bênçãos divinas em todos os setores da luta construtiva.
Se recebe talentos da riqueza terrestre, entrega-se, comumente, às alucinações da vaidade.
Se detém os dons da pobreza, liga-se, quase sempre, aos monstros da inconformação.
Se possui belo corpo dá-se, em via de regra, aos excessos destruidores.
Se dispõe de vaso orgânico defeituoso, na maioria dos casos perde o tempo em desespero inútil.
No prazer, é incontido.
Na dor, é revoltado.
Quando livre, oprime os irmãos e escraviza-os.
Quando subalterno, perturba os semelhantes e insinua a indisciplina.
O sentimento é o santuário da criatura. Sem luz aí dentro, é impossível refletir a paz luminosa que flui incessantemente de Cima.
Ofereçamos ao Senhor um coração firme e terno para que as divinas
Mãos nele gravem os augustos Desígnios. Atendida semelhante disposição em nossa vida íntima, encontraremos em todos os caminhos o abençoado lugar de cooperadores da divina Vontade.
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Comentário de Haroldo Dutra Dias sobre o capítulo
Explorando outros aspectos da inconstância e da infidelidade, Emmanuel nos brinda com mais uma pérola de luz do Evangelho.
Oferecer ao Senhor Supremo um coração repleto de firmeza e brandura, para que as suas Mãos nele gravem os seus augustos Desígnios, compreendendo que ” O Reino de Deus é obra divina no coração dos homens” (Boa Nova, cap. 3) é nosso mais elevado objetivo.
No sentimento reside o controle da vida, nos adverte o benfeitor.
O coração representa a mais alta de todas as capelas, o santuário da criatura, onde o Pai amoroso nos responde e atende, sob a linguagem pura e peregrina, em luz de redenção.
Fidelidade e confiança representam as disposições fundamentais da nossa vida íntima que tornam possível fazer luz por dentro, refletindo a paz luminosa que flui incessantemente de Deus.
Alcançada essa posição espiritual de docilidade ativa e operante, todos os lugares e situações passam a representar para nosso espírito lugar abençoado de aperfeiçoamento, onde podemos nos tornar cooperadores da divina vontade.
Todavia, a infidelidade humana às bênçãos divinas, em todos os setores onde somos provisoriamente posicionados pela providência, nos tornam refratários, incapazes de extrair o supremo bem que se oculta por detrás de todos os acontecimentos.
Fartura e escassez, formosura e fealdade, alegria e sofrimento, liberdade e tolhimento, na essência, constituem posições provisórias na marcha ascensional do espírito, podendo ser convertidas em aprimoramento ou ruína, dependendo do coração que vive a experiência.
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Produção: SER
Edição: Júlio Corradi
Voz: Haroldo Dutra Dias
Finalização: Júlio Corradi
Livro: Vinha de Luz, Cap. 29
Versículo: Tiago, capítulo 1, versículo 8
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